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Brincar com netos regularmente ajuda a manter avós ativos e saudáveis

Um relatório de 2018 da Academia Americana de Pediatria já assegurava que “ao brincar com as crianças, os adultos podem redescobrir a alegria da própria infância e rejuvenescer”. Foto: Reprodução/Internet

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Eu não tenho netos. Mas vejo como as minhas irmãs se transformam quando os filhos dos filhos estão por perto. Ficam alegres, mais dispostas, esquecem o cansaço e passam horas brincando com os pequenos.

Chego à conclusão, só observando, que neto dá energia. E é exatamente isso que este artigo de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de Usar, publicado por O Globo, mostra.

A própria autora é avó. Portanto, fala com conhecimento de causa. “Fora o prazer da convivência, que também nos estimula mentalmente, estudos mostram que avós que brincam regularmente com os netos se mantêm ativos e saudáveis por mais tempo”, escreve ela.

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Ninguém duvida de que cuidar dos netos é sinônimo de atividade física que pode nos deixar extenuados, porque envolve levantar, carregar e seguir as crianças quando são pequenas ou ter disposição para acompanhar as maiores em programas que as divirtam – posso falar com conhecimento de causa, graças a Gabriel, de 12 anos, e Sophie, de 6. Fora o prazer da convivência, que também nos estimula mentalmente, estudos mostram que avós que brincam regularmente com os netos se mantêm ativos e saudáveis por mais tempo.

Portanto, não tire férias deles em janeiro. Mesmo que, durante o resto do ano, você ajude a cuidar da garotada, aproveite o recesso escolar para fortalecer os laços familiares com lazer e diversão.

Um relatório de 2018 da Academia Americana de Pediatria já assegurava que “ao brincar com as crianças, os adultos podem redescobrir a alegria da própria infância e rejuvenescer”. A vantagem dos avós é que, além do tempo livre, boa parte deles está chegando à velhice com mais saúde e disposição que as gerações anteriores. “Avós são ótimos companheiros de brincadeiras”, garante Michael Yogman, professor de pediatria de faculdade de medicina de Harvard.

Na Bélgica, pesquisadores da Universidade Vrije, em Bruxelas, idealizaram um estudo com a duração de dois anos que estará completo agora em 2024. O “Healthy Grandparenting Project” (“Projeto dos Avós Saudáveis”) vai comparar três conjuntos diferentes: avós que cuidam dos netos, avós que não são cuidadores e adultos que não têm netos. Entre os belgas acima dos 50 anos, estima-se que 62% dos homens e 70% das mulheres sejam avós, uma das porcentagens mais altas da Europa, sendo que 53% deles se ocupam das crianças – em média, 13 horas por semana. A ideia é medir os níveis de atividade física e qualidade de vida de cada grupo.

Também na Bélgica, a Universidade Ghent criou um programa, chamado “Grandpact Project” (algo como “Projeto do Pacto dos Avós”), que visa a aumentar a atividade física e melhorar função cognitiva, motivação, e sensação de bem-estar. “Essa convivência estimula o entendimento mútuo e faz com que as crianças cresçam com uma visão positiva da velhice”, afirma Greet Cardon, professora da instituição. Levantamento do Conselho de Pesquisa Social e Econômica do Reino Unido, realizado em 2016 com 9 mil vovós e 6.500 vovôs, mostrava que aqueles que se ocupavam dos netos exibiam indicadores de saúde melhores.

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É claro que não se deve perder de vista eventuais limitações físicas. Excessos podem provocar lesões ou até quedas, mas há uma gama enorme de possibilidades de diversão, dentro e fora de casa. O relacionamento que temos a oferecer apresenta características únicas. Listo aqui cinco atributos de uma lista certamente bem mais extensa:

1 – Paciência: mesmo quando não se comportam como deviam, conseguimos não nos aborrecer tanto, porque sabemos que o amadurecimento é um longo processo.

2 – Generosidade: não se trata apenas de abrir a carteira e dar presentes, mas doar tempo, atenção e presença.

3 – Amor incondicional: avós próximos se tornam um porto seguro para crianças e adolescente, que sabem que serão ouvidos e acolhidos sem reservas.

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4 – Empatia: graças a um repertório de experiências e maior capacidade de escuta, nos empenhamos em tentar entender o que está acontecendo a partir da perspectiva deles.

5 – Distanciamento crítico: nosso nível de envolvimento com as questões é menor, o que nos torna “avaliadores” mais serenos.

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