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Dilema do Brasil: ‘nasce cada vez menos, morre cada vez menos’

08/08/2022
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Ana Amélia Camarano, pesquisadora, acaba de lançar um livro sobre o assunto

Maya Santana, 50emais

Quem quiser ter uma radiografia completa do que está acontecendo com a população brasileira em termos de envelhecimento não pode deixar de ler esta excelente entrevista da pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas(Ipea). Desde o ano 2000, ela explica, a taxa de fecundidade no Brasil (menos de 2,1 filhos por mulher em idade reprodutiva) está diminuindo. Com isso, como já está acontecendo com outros países, a população brasileira vai cair. Como consequência, destaca a pesquisadora, “teremos uma força de trabalho envelhecida e o país já precisa de políticas pró-natalidade”, políticas de incentivo para que as mulheres tenham mais filhos.

Leia a entrevista com Ana Amélia Camarano, feita por Cassia Almeida e Nice de Paula , de O Globo:

A pesquisadora do Instituto de Política Econômica Aplicada(Ipea )Ana Amélia Camarano juntou mais de uma dezena de especialistas em diversas áreas do instituto para estudar os efeitos da redução da população brasileira. Suas projeções, reunidas no livro “Novo Regime Demográfico: uma nova relação entre população e desenvolvimento?” (Editora Ipea), reforçam o alerta sobre as consequências do superenvelhecimento: teremos uma força de trabalho menor e mais envelhecida. Precisaremos de aumento de produtividade, desenvolvimento de inovações tecnológicas e educação. Ela diz que a taxa de fecundidade está caindo desde 2000 e que a redução na população é inevitável. Polêmica, Ana Amélia afirma que é preciso mudar os protocolos médicos: “É muito difícil morrer”.

O que vai acontecer em 2050? Teremos uma população superenvelhecida e uma diminuição da força de trabalho, que terá metade com 45 anos ou mais. As condições de saúde estão melhorando. Costumo dizer que a gente não está envelhecendo, estamos rejuvenescendo. A OMS (Organização Mundial de Saúde) diz que o envelhecimento funcional começa aos 45 anos. E o único segmento etário que vai crescer a partir de 2045 é esse. Todos os outros grupos etários vão diminuir. Uma força de trabalho menor e mais envelhecida precisa de aumento de produtividade. E isso se consegue com inovações tecnológicas e educação. Escolaridade, escolaridade, escolaridade é o caminho.

Em que o ano a maioria da população passa ter 45 anos ou mais?

Em 2050, a população em idade ativa (15 a 65 anos) será de 135 milhões, o mesmo contingente de 2013. Essa população cresce até 2030 e começa a cair em 2035. Só que teremos uma composição etária diferente. Em 2014, dentro da força de trabalho, há 33,8% com mais de 45 anos. Em 2050, serão 52,4%.

Vamos ter que usar mão de obra mais velha. Hoje há um certo preconceito…

Não há alternativas. A primeira coisa que as pessoas pensam é em fixar uma idade mínima para aposentadoria. Mas não se pode simplesmente adiar a idade de se aposentar se não houver uma política de capacitação continuada, para acompanhar as mudanças tecnológicas, e saúde ocupacional. Essa população tem altas taxas de absenteísmo por conta de doenças. Por isso há o preconceito.

Quais são os outros riscos?

Com o adiamento da idade mínima corre-se o risco de o indivíduo ficar desempregado. Temos que trabalhar com o preconceito em relação ao trabalho dos mais velhos, porque senão vamos ter os nem nem maduros (população com mais de 55 anos que não trabalha e nem está aposentada). A maioria hoje é de escolaridade muita baixa.

Quais são os outros reflexos dessa nova população?

Muda-se também o perfil epidemiológico. População mais velha é mais acometida por doenças crônicas não letais, mas que são de alto custo e que podem levar à incapacidade. Hipertensão arterial, problemas de coluna, no sistema osteomuscular, neoplasias, diabetes. Já temos uma parcela de obesos que vai chegar lá com um alto nível de diabetes. O livro mostra o aumento das aposentadorias por invalidez, exatamente por essas questões: problemas circulatórios e do sistema osteomuscular. E isso tem a ver com o aumento da participação feminina. São mais digitadoras, telefonistas, sofrem mais com as atividades por esforço repetitivo.

Quais doenças diminuem com esse novo perfil populacional?

As infectocontagiosas que afetam mais as crianças, mas também há menos crianças. Há ainda uma proporção elevada de morte de jovens homens de 15 a 29 anos. De cada cem rapazes de 15 anos, quatro não completavam aniversário de 30 anos. As causas externas são principalmente trânsito e homicídios. Se reduz essa mortalidade, aumenta a força de trabalho. Preciso investir em saúde, educação e mobilidade urbana. O cansaço de ficar duas horas no transporte diminui a produtividade.

Estamos matando nossos jovens?

E podemos diminuir a nossa produtividade. Afinal são os jovens que produzem inovação tecnológica, até o desenvolvimento das artes tem muito mais a ver com população jovem. Uma sociedade mais velha é uma sociedade mais conservadora, com menos mudanças. Porque o jovem é o agente de mudança social. Temos que pensar também nos nossos protocolos médicos que é salvar a vida a qualquer custo, o que faz a pessoa ficar sete meses na UTI praticamente morta.

Isso é uma opinião polêmica?

É um ponto polêmico, mas temos que enfrentar. Porque a pessoa nem está morta nem está viva. É o pior dos mundos para família, para todo mundo. Um sofrimento, um custo financeiro enorme.

E a Previdência Social? Como fica o financiamento diante desse envelhecimento? Aumenta o déficit?

A Previdência é uma balança com dois pratos. De um lado cresce o número de pessoas que vão receber benefícios e cresce o tempo. Como as pessoas estão vivendo mais, elas recebem por mais tempo. E diminui o número de pessoas que estão contribuindo. Por isso que ela desequilibra. As receitas descem e as despesas sobem.

Essa nova composição é boa ou ruim?

As muitas crianças dos anos 1960 e 1970, que foi a época do medo da explosão populacional, do baby boom , hoje estão envelhecendo. Na verdade, se a população cresce muito é ruim porque há muita criança, se a população não cresce é ruim porque há muito velho. E aí como fica?

E como fica?

Por isso o livro é uma interrogação. O regime demográfico é novo, mas a relação é antiga, porque se continua vendo a população como um problema, apesar de ela estar crescendo pouco.

Vendo como um problema ou realmente é um problema?

Vendo como um problema. Na verdade, minha conclusão é que uma população não é ruim nem boa. Ruim ou boa vai ser a maneira como a sociedade escolheu para lidar com isso. A sociedade tem que se ajustar àquela população. E não população se adequar à sociedade. Tem que ver as prioridades.

É possível mudar esse perfil demográfico? Nos anos 1960 e 1970 se esperava uma explosão populacional que não houve.

Eram babyboommers . Eles próprios criaram os mecanismos para reduzir a fecundidade, mudaram as relações familiares. Foi essa geração que pôs a questão ambiental na agenda, eliminou o trabalho infantil. Essa geraçãobabybommer , a maior geração que já houve, criou as condições para que as seguintes foram diferentes. Ela própria agora está criando mecanismos para cuidar da velhice.

Então essas novas gerações, encolhidas, vão criar mecanismos para aumentar? Vários dos mecanismos tradicionais não se pode mais usar, não volta mais atrás. A mulher não vai voltar para casa. Essa geração terá que encontrar outros caminhos. O Estado precisa oferecer serviços para que a mulher possa compatibilizar carreira e maternidade. A própria sociedade hoje valoriza muito mais a carreira feminina do que ter filhos. Tem que começar a valorizar os filhos.

E aí volta a população ser o problema. Temos que valorizar mais os filhos e a partir daí conseguir mecanismos para que a mulher compatibilize carreira com maternidade e o cuidado de idosos. No livro, a Ana Luiza Neves Barbosa de Holanda mostra que ter idoso em casa ou filho menor que 14 anos faz a mulher não trabalhar. O Estado passou a responsabilidade do cuidado do idoso para a família.

Essa é uma tendência mundial de envelhecimento?

É, e também de diminuição da população. E a diminuição no Brasil está garantida. Pelo menos pelos próximos 30 a 40 anos. Já há a semente.

Por que estamos fadados a isso, mesmo que a taxa de fecundidade volte a crescer?

Estamos com taxa de fecundidade abaixo da reposição desde 2000 (menos de 2,1 filhos por mulher em idade reprodutiva). Ainda estamos vivendo no resto da inércia positiva e depois vamos entrar na negativa. Quem garante o crescimento são as mulheres de 15 a 49 anos, em idade reprodutiva. Ainda há nesse grupo algumas mulheres que nasceram quando a fecundidade era mais alta. Quando todas essas mulheres saírem da idade reprodutiva, nesse momento, a população de fato começa a diminuir. E aí vai entrar um número muito menor de mulheres. Mesmo que tenham mais filhos, vão ter menos filhos no conjunto. Até que essas filhas entrem em fase reprodutiva são 30 anos. Já está contratado, como a Míriam Leitão fala na orelha do livro. Até 2060, a população vai cair, isso se a fecundidade aumentar. Ou então pode cair por muito mais tempo. Vai depender de quando a fecundidade vai voltar a subir e se vai subir.

O que fazer para a fecundidade voltar a subir?

Têm que haver políticas de gênero. O único lugar em que a política tem dado resultado é na Escandinávia. Quando digo que vou dar licença-maternidade, estou dizendo que a mãe tem que cuidar. Não adianta ter licença de nove meses, como na Itália, se as mulheres não vão deixar o mercado de trabalho por nove meses porque prejudica a carreira.

Na Itália, em 40 anos, a população vai ser reduzida à metade e a pirâmide etária vai se inverter. Na Escandinávia, tem um mês de licença para o pai e mãe e depois 12 meses de licença para o cuidador da criança, que pode ser compartilhada. Eu fico dois meses, o pai, dois meses, a avó, dois meses. Não há interrupção muito grande da atividade. Depois de 13 meses, a criança vai para a creche.

E aumentou a taxa de fecundidade?

Passou de 1,8 filho por mulher para 2,2 filhos. Mas tudo bem. Dificilmente hoje vai ter população crescendo mais, com sete filhos. Isso não vai acontecer mais. Mas é preciso garantir pelo menos a reposição.

O Brasil já precisa dessa política de incentivo à natalidade?

Claro. O que está acontecendo é que a taxa de fecundidade está acima da reposição apenas entre os 20% mais pobres da população. Em 2010, a população já tinha diminuído nos quatro estratos de renda, menos entre os mais pobres. Mesmo assim, a taxa de fecundidade vem caindo muito nesse grupo, está em apenas 2,7 por mulher. No máximo em 30 anos a população vai diminuir, isso se a fecundidade não continuar caindo.

E vai continuar caindo?

Nossa projeção é que a taxa de fecundidade caia até um filho por mulher, no fim da década de 2040, em 2050, que é a taxa hoje entre as mulheres que estão entre as 20% que ganham mais. Hoje, muitas famílias optam por não ter filhos, tanto que há um novo modelo de família que é o dink(dupla renda e nenhum filho). Essas famílias têm outras prioridades.

O novo paradigma demográfico é família de filho único, superenvelhecimento, esperança de vida elevada nas idades avançadas e outro perfil epidemiológico. Hoje, está difícil de morrer. Nasce cada vez menos e morre cada vez menos, e aí, vamos ser imortais? Vamos nos extinguir como população? O Japão já tem um gabinete para tratar disso.

Como fazer no Brasil?

Você tem que investir muito em crianças que estão nascendo nas camadas mais pobres. Tem que investir muito em educação integral. Dar o melhor para essas crianças.

 

Por que não funciona no Japão?

Por uma questão de gênero. As mulheres não querem casar. Fui para o Japão para estudar o cuidado de idoso e acabei estudando as famílias. As mulheres entram no mercado de trabalho na década de 1990 no Japão. As mulheres têm total controle doméstico e os homens, de fora de casa. No arranjo, o filho mais velho herdava a casa dos pais desde que cuidasse dos pais. Só que não era o filho que cuidava, era mulher. As noras sempre tinham problemas com as sogras. Uma hora a mulher japonesa resolveu que não queria casar, queria ir para o mercado de trabalho, viajar. Quando estive lá, em 2005, as mulheres estavam deslumbradas, viajando, comprando. Não querem casar. Como não é aceitável ter filhos fora do casamento, então, as mulheres não têm filhos. Em 2000, 49% das mulheres chegavam aos 50 anos sem ter tido filhos. Metade das mulheres! Isso deve ter aumentado. Uma questão cultural. Por isso, investiram muito em cuidado para idosos, abrindo centros, asilos, várias modalidades, cuidado domiciliar. Há um imposto para custear o cuidado na velhice.

 

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Iniciei minhas atividades como jornalista na década de 70. Trabalhei em alguns dos principais veículos nacionais, como O Estado de S. Paulo e Jornal de Brasil. Mas a maior parte da minha carreira foi construída no exterior, trabalhando para a emissora britânica BBC, em Londres, onde vivi durante mais de 16 anos. No retorno ao Brasil, criei um jornal, do qual fui editora até me voltar para a internet. O 50emais ganhou vida em agosto de 2010. Escolhi o Rio de Janeiro para viver esta terceira fase da existência.

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