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Por que o homem vive menos do que a mulher?

Negligência dele: de acordo com dados do Ministério da Saúde, nos serviços de atenção primária, para cada quatro atendimentos individuais para usuários entre 20 e 59 anos, apenas um é do sexo masculino. Foto: Reprodução/Internet

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Este é um tema sobre o qual, curiosamente, pouco se fala: sabe-se há muito tempo o homem vive menos do que a mulher. Estudos mostram, inclusive que, de 2010 para cá, a diferença de idade em que ela e ele morrem aumentou.

É um assunto que merecia ser mais discutido. O último censo, realizado em 2022, mostrou que as mulheres são 51,5% dos brasileiros. No último Censo, de 2010, elas eram 51,03%. Em 1980, 50,23%.

Afinal, porque os homens morrem mais cedo do que as mulheres? São várias as causas. Uma delas é que, por negligência, o homem cuida menos de sua saúde.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos serviços de atenção primária, para cada quatro atendimentos individuais para usuários entre 20 e 59 anos, apenas um é do sexo masculino.

O fato é que, até os 80 anos, os homens morrem mais que as mulheres em todas as faixas etárias.

Leia o artigo de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de Usar, de O Globo:

Há quase um século é sabido que as mulheres vivem mais do que os homens. Segundo o IBGE, no Brasil, uma pessoa nascida em 2022 tem a expectativa de viver, em média, até os 75,5 anos. No entanto, se for homem, a projeção é de 72 anos, enquanto, para as mulheres, chega a 79.

Leia também: O ser humano não vive mais do que 120 anos

Nos Estados Unidos, a diferença é de quase seis anos, mas o que pesquisadores das universidades da Califórnia e Harvard constataram é que ela vem aumentando desde 2010.

A Covid-19 e a epidemia de opioides foram dois dos principais motivos para deixar os homens para trás em termos de expectativa de vida nos EUA, mas há outros fatores em jogo: ferimentos não intencionais, overdoses, acidentes e suicídios.

De 2010 a 2021, a diferença passou de 4,8 para 5,8 anos – a maior desde 1996.

Durante a pandemia, mais homens morreram devido a complicações causadas pelo vírus, o que pode ser explicado por uma exposição maior devido ao trabalho, mas questões culturais, como a relutância em buscar atendimento, tiveram peso.

Entretanto, a pesquisa, publicada na revista científica “JAMA Internal Medicine”, vai além e atribui parte do cenário às chamadas “mortes por desespero”. O termo abrange também casos de depressão severa e cirrose decorrente do abuso de álcool.

“É uma tendência preocupante, que levanta uma discussão sobre a necessidade de investir na saúde mental masculina a fim de essa disparidade”, afirmou Brandon W. Yan, um dos autores do estudo.

Leia também: Condomínio para maiores de 55: “Paraíso dos idosos”

De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos serviços de atenção primária, para cada quatro atendimentos individuais para usuários entre 20 e 59 anos, apenas um é do sexo masculino.

Até os 80 anos, os homens morrem mais que as mulheres em todas as faixas etárias, além de terem mais mortes prematuras entre 30 e 69 anos, devido a doenças crônicas não transmissíveis (como hipertensão e diabetes) e causas externas, que representam as principais causas de internações hospitalares entre os 20 e 59 anos.

Barreiras culturais impedem o autocuidado masculino e abreviam vidas.

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