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Preconceito de idade está por toda parte

Universidade americana também fez pesquisa e constatou que 80% dos entrevistados têm preconceito em relação aos mais velhos. Foto: Reprodução/Internet

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Este artigo de Mariza Tavares confirma o que tantas pessoas com mais de 50 anos sentem na pele: o preconceito de idade se manifesta a todo instantes, em todos lugares.

E não é um problema, claro, restrito ao Brasil. Estudo da Organização Mundial da Saúde mostra que 50% das pessoas entrevistadas admitiram ser preconceituosas em relação às pessoas mais velhas.

Outra pesquisa, feita por uma universidade americana, mostrou um nível de preconceito ainda mais alto: 80% das pessoas responderam ser etaristas.

Mas neste artigo, o que a autora quer mostrar é que começa a haver uma reação a esse preconceito. Ela cita as iniciativas tomada pela Austrália e pelo estado americano do Colorado.

Leia:

De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde de 2021, uma em cada duas pessoas é etarista, ou seja, tem preconceito contra os mais velhos. Levantamento feito pela Universidade de Michigan corrobora a tese, ao informar que 80% das pessoas acima dos 50 anos já experimentaram algum tipo de ageísmo, outra expressão para esse tipo de preconceito.

A Comissão de Direitos Humanos da Austrália decidiu agir. Também havia produzido estudo que mostrava que 90% dos australianos concordavam que havia etarismo no país e 83% avaliavam que se tratava de um problema sério. Mais: dos entrevistados, 63% tinham sido vítimas de ageísmo nos últimos cinco anos. A entidade promoveu um seminário de duas horas e meia, com 329 pessoas, durante o qual as crenças e percepções que vigoram sobre o envelhecimento eram discutidas – e acabavam sendo postas em xeque.

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O resultado? Bastou uma sessão para 90% dos participantes afirmarem que tinham repensado a forma como se comunicavam com os idosos. Outros 87% passaram a discutir o assunto em seu círculo de amigos e 86% pensavam em propor alguma ação no ambiente de trabalho. Ao todo, o grupo, composto por assistentes sociais e cuidadores profissionais, respondeu a três questionários: o primeiro antes do seminário; o segundo logo após sua realização; e o terceiro três meses depois do evento.

No estado norte-americano do Colorado, um programa similar intitulado “Changing the narrative” (“Mudando a narrativa”) alcançou resultados animadores: 94% dos participantes declaravam ter aumentado seu conhecimento sobre as diversas formas de etarismo; 95% se consideravam mais preparados para identificar e intervir diante de uma situação de preconceito; e 92% pretendiam pôr em prática o que haviam aprendido.

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Os números são modestos, mas indicam que conscientizar as pessoas faz diferença. No entanto, educar não basta: as políticas públicas devem promover a inclusão de idosos, protegê-los e fortalecer a convivência entre gerações.

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