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Maya Santana, 50emais
Muito boa esta seleção dos nus masculinos considerados os melhores da história da arte. São quadros e esculturas de grandes pintores e escultores, como David de Michelangelo, a enorme escultura de 5,17 metros de altura, que se encontra em Florença, na Itália, e é uma das obras mais importantes do Renascimento. Mas há muitos outros de grande beleza. São 20 ao todo, espalhados por museus europeus e americanos mais importantes do mundo, como o Louvre, em Paris, o Museu do Prado, em Madri, e diversos outros. A seleção foi feita por um grupo de pessoas ligadas às artes, a pedido do jornal espanhol El País.
Leia:
Ao longo da história, e com diferentes abordagens (da exaltação à objetificação), muitos artistas se inspiraram na beleza do corpo do homem. Pedimos a quatro especialistas os melhores exemplos de nus artísticos masculinos: o historiador e romancista Bruno Ruiz-Nicoli, especializado em antiguidade clássica; os artistas Carmen González Castro e David Trullo, que a partir de uma perspectiva contemporânea, muitas vezes utilizam o nu em seu trabalho; e o jornalista cultural Ianko López. Esse é o resultado:
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1 – ‘Marte’ (1638), de Diego de Velázquez. Museu do Prado (Madri)
Mas o que faz este homem nu? Em um contexto tão puritano (de fachada) como a Espanha do peíodo Barroco, a mitologia oferecia um interessante pretexto para representar corpos nus. Assim, Velázquez (Sevilha, 1599-Madri, 1660), o pintor da família real, representou o deus romano da guerra para o rei Felipe IV e a obra integrou-se, junto a outras de Rubens com motivos similares, na decoração de um de seus pavilhões de caça.
Por que é tão bom? Parece que Velázquez utilizou como modelo um veterano de guerra, e o realismo com o que o retratou é o que mais chama a atenção do quadro. Não se trata só da incrível autenticidade da carne, senão de algo que vai bem mais lá do que poderia ser tocado ou cheirado: a melancolia da personagem rompe com a clássica rigidez e a idealização com que se representava os deuses clássicos, e séculos depois nos faz pensar irremediavelmente no ocaso de um império baseado no poder —já ferido de morte— das armas.
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2. ‘Homem no banho’ (1884), de Gustave Caillebotte. Museu de Belas Artes de Boston
Mas o que faz este homem nu? O especialista em história da arte Bruno Ruiz-Nicoli destaca a excepcionalidade desta obra de Gustave Caillebotte (França, 1848-1894), realizada em um momento no qual, em geral, se representava apenas mulheres neste tipo de atitude: “Se a intimidade feminina foi representada na arte como espaço erotizado desde o século XVIII, a masculina se manteve em um terreno marginal”.
Por que é tão bom? “Caillebotte debocha do tabu com um gesto enérgico. A figura saiu da banheira deixando um rastro de umidade e seca com força suas costas”, analisa Ruiz-Nicoli. O vigor realista e a sensualidade do momento nos interpelam.
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3.’Edipo e a Esfinge’ (1802), de Jean-Auguste-Dominique Ingres. Museu do Louvre (Paris)
Mas o que faz este homem nu? “Édipo enfrenta-se nu à Esfinge porque é um herói e um homem. Os esqueletos que lhe rodeiam mostram as consequências que provocaria um erro ao responder à adivinha. Que ser caminha sobre quatro patas, sobre duas e sobre três? Édipo responde inclinando seu torso para o monstro em uma afirmação de sua própria identidade. ‘O tens ante ti’, parece dizer”, explica Bruno Ruiz-Nicoli.
Por que é tão bom? Jean-Auguste-Dominique Ingres (França, 1780-1867) é um dos pintores mais excêntricos da história da arte. Clássico e anticlássico ao mesmo tempo, moderníssimo e arcaico, desconcertou a muitos historiadores. Seja como for, aqui nos fascina pela qualidade de alabastro da pele do protagonista, que parece convidar-nos a tocá-la.
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4. ‘The most beautiful part of a man’s body’ (A parte mais bonita do corpo de um homem) (1986), de Duane Michals
Mas o que faz este homem nu? Ah, essa parte do corpo masculino. “A parte mais bonita do corpo de um homem acho que está ali onde o torso fica”, disse o autor desta obra, o fotógrafo Duane Michals (Pensilvania, Estados Unidos, 1932). E não é o único a pensar assim.
Por que é tão bom? O especialista em história da arte Bruno Ruiz-Nicoli nos lembra que Duane Michals faz explícita sua opinião através do texto e manifesta assim o que, ao longo da história, permanecia codificado na própria obra: “As linhas gêmeas, de uma graça feminina, envolvem o tronco, guiando os olhos para abaixo, para sua interseção, o ponto de prazer”. Clique aqui para ler mais.